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Valuation #2: Fluxo de Caixa Descontado


O assunto abordado neste segundo post da série Valuation, será a metodologia do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), visto que essa é a metodologia mais utilizada para precificação de empresas de capital fechado. Estudos mostram que o FCD é utilizado em mais de 90% das avaliações realizadas no Brasil. Nessa metodologia, o valor do ativo é aquele calculado através da projeção dos fluxos de caixa futuros desse ativo pelo número cabível de períodos, descontados a uma taxa de desconto que reflita o grau de risco desses fluxos. Como prática, o número de períodos é o horizonte da projeção, ou seja, até onde é possível estimar, com qualidade e acurácia, esses fluxos.


O primeiro motivo pelo qual o FCD é o modelo mais utilizado é que essa é uma metodologia sensível a diversas variáveis, tanto as que impactam os fluxos de caixa, como as que impactam a taxa desconto. Essa sensibilidade a diversas variáveis traz flexibilidade para o modelo, que pode ser aplicável aos mais diversos tipos de empresas, possibilitando o cálculo do valor de maneira assertiva, quando se utiliza a metodologia de maneira correta e com informações de qualidade.


O segundo motivo de sua vasta utilização, é a existência de diferentes abordagens para essa metodologia, que também garantem flexibilidade na avaliação, sendo as três principais: o Fluxo de Caixa Livre do Acionista (FCLA), o Fluxo de Caixa Livre da Empresa (FCLE) e o Desconto de Dividendos (DDM). Dessas três, a mais utilizada para precificação de empresas privadas é o FCLE, porém, os outros não são menos importantes, pelo fato de terem aplicabilidades diferentes.


O FCLE consiste em mensurar o valor da empresa através da projeção dos fluxos de caixa futuros, que serão descontados a uma taxa mínima de atratividade, a qual está ligada ao risco inerente aos fluxos de caixa desta empresa (iremos nos aprofundar nesse assunto mais a frente, quando falarmos de Taxa de Desconto). A projeção dos fluxos de caixa, ano a ano, da projeção são calculados da seguinte maneira:


FCLE = LL + Depreciação + Capex + Investimento Capital de Giro


A metodologia de cálculo do valor através do FCLA não difere muito da já citada acima para o FLCE, pois também se utiliza a projeção dos fluxos de caixa futuros descontados a uma taxa de desconto. Porém, o fluxo de caixa, dessa vez, é o livre para o acionista, descontado ao custo de capital próprio. De maneira simplificada, para o cálculo do FCLA, adiciona-se o fluxo financeiro (captação líquida) ao FLCE, pelo fato de que os credores são pagos primeiro, e depois os acionistas são remunerados.


O DDM é uma metodologia de avaliação de empresas, em que o valor é calculado tendo como variáveis a taxa de desconto, a previsão do próximo dividendo e a previsão de crescimento para o fluxo de dividendos. De maneira geral, essa é uma metodologia de fácil aplicação, porém sendo restrita para casos específicos, como por exemplo ativos, em que o fluxo futuro de dividendos seja corrente e de pouca variabilidade, pois o modelo DDM assume que os dividendos futuros apresentam crescimento linear.


Apresentados os três principais modelos para o Fluxo de Caixa Descontado, é de suma importância discorrermos agora sobre a Taxa de Desconto, uma variável indispensável para os três modelos descritos acima. Acompanhe em nosso próximo post, diferentes metodologias de cálculo e aplicabilidades para a mesma.

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